25 julho, 2008

Barcos na Ria

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Barcos na Ria






Os barcos que na ria

traçam rápidas vias

de espuma e o meu dia desafiam

saltam à luz que é musica

aumentando

até quase tornar

impossível abrir os olhos neste dia

que verdadeiramente não parece

meu como noutra idade eu o sentia

O sol dilata e faz subir o céu

desconhecidos

os corpos contra a água

verde e azul agora calma frente à casa

Nenhum barco

já passa há um

silêncio que só o diminuto

murmúrio da maré crescendo

molha Mas outros barcos vêm e recortam-se

velozmente na água que retalham




Este poema de Gastão Cruz pertence ao livro Crateras publicado em 2001, embora tenha sido retirado da colectânea Algarve todo o mar, publicado pela Dom Quixote.
Gastão Cruz é um poeta de Faro, nascido em 1941, que se torna conhecido do público essencialmente por pertencer, juntamente com poetas como Ramos Rosa ou Casimiro de Brito, à denominada "Poesia 61". Este movimento estético-literário, se assim se pode dizer, desenvolve uma obra poética inspirada em pricípios ligados à revalorização da forma e sobretudo à importância da palavra em sim mesma relativamente à mensagem veiculada. Segundo os críticos, para esta Geração de 60 importa sobretudo o valor da Palavra enquanto objecto centra do texto poético. Nesta medida desenvolve, entre Abril de 1958 e Fevereiro de 1960, os Cadernos do "Meio-Dia", cujo próprio nome sugere temáticas, ou metáforas, ligadas ao mediterrâneo.
A poesia de Gastão Cruz parece sofrer sempre a influência das ideologias que determinaram aquele movimento, nomeadamente no que respeita à estética e à centralidade da Palavra. Esta é vista como um ponto vital a ser trabalhado, a personagem principal do poema a partir da qual se pode construir sentido(s). Neste processo estamos perante uma poesia muito rica e culta onde se percebe uma grande intertextualidade que (também) conduz o leitor a outros caminhos. É, para além disso, uma poesia cujas temáticas apontam muito para o real e o concreto permitindo percepções quase objectivas da leitura.
Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Gastão Cruz é docente do ensino secundário. Para além da poesia tem desenvolvido trabalhos como critico literário em publicações como Diário de Lisboa, Seara Nova, Colóquio/Letras e A Critica, que originaram, por exemplo, A Poesia Portuguesa Hoje, obra de referência relativa à produção poética da década de 70. Para além de vasta obra obra literária e de critica, traduzida em vários países, e de poemas publicados em várias Antologias e Publicações Colectivas, tem ainda desenvolvido diversos trabalhos na área da produção teatral.

15 julho, 2008

Quarteira - Placa Topinímica do ACP



Placa topinímica do Automóvel Clube de Portugal que marcava, em Quarteira, a entrada da vila. Estas placas foram colocadas pelo ACP no inicio do séc. XX nas principais localidades e vias de comunicação de forma a orientar os viajantes do turismo que se desenvolvia, mas também como uma marca de distinção e referência.
Estas placas são constituidas por letras individuais feitas em série e pintadas á mão em quadrados de azulejo que são agrupados formando as palavras pretendidas. No cimo do topónimo é visivel a sigla do ACP em letras entrelaçadas.
É de todo o interesse preservar este património na medida em que traduz a memória e retrata uma época e uma sociedade cultural com uma história e uma identidade própria.
Acerca destas e de outras placas toponímicas pode ler-se o artigo escrito aqui.

08 julho, 2008

Janela antiga


Janela
Upload feito originalmente por Susecris
Uma bonita janela na Aldeia de São Marcos da Serra